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A HORA MARCADA

Desde a sua queda no Éden o homem se distanciou de Deus deixando um enorme vazio em sua vida (Gênesis 3). A comunhão com o criador foi quebrada e as conseqüências da desobediência, inevitáveis (Gênesis 3:14-19). Mas, foi nesse mesmo lugar que a obra redentora de Deus para o homem foi, pela primeira vez , simbolizada. No capítulo 3, versículo 21 de gênesis, Deus fez túnicas para Adão e Eva, para que as suas vergonhas fossem escondidas. O material utilizado para a confecção das túnicas era de pele e, para isso, Deus teve que sacrificar um animal. Esse ato, realizado logo após a queda do homem, simbolizava e marcava o futuro sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário para redimir a humanidade do pecado.

Durante toda a história do povo hebreu o sacrifício de animais era realizado como obra ofertada a Deus pelos pecados. Uma esperança nascia! A hora estava marcada, para que o maior ato de amor de toda a história da humanidade se cumprisse.

Foi exatamente no Getsêmani que Cristo, unigênito de Deus (João 3:16-17), sentiu um peso em seus ombros ao se aproximar da "hora marcada". Lucas, médico e discípulo de Jesus, descreveu, como um perito, esse momento (Lucas 22: 40-44). Em suas palavras ele deixa bem claro, no versículo 44, quão grande angústia cristo padecia, que até o seu suor se transformou em gotas de sangue, que escorriam de sua testa até o chão. Para a medicina, o suar sangue ou "hematidrose", é um fenômeno Raríssimo. Produz-se em condições excepcionais, como: uma fraqueza física acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo.

O terror, o susto, a terrível angústia de carregar todos os pecados dos homens, foram um peso esmagador para Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares, que estão sob as glândulas sudoríparas. O sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra. O profeta Isaías, séculos antes de Cristo nascer, profetizou esse acontecimento. tudo isso nos faz imaginar o peso da responsabilidade de levar todo o pecado da humanidade nos ombros (Isaías 53:1-12).

O sofrimento de Cristo não se restringiu só ao suar sangue, mas, se arrastou com Ele até a cruz, no gólgota, e foi nesse exato local que Ele derramou o que lhe restava de vida. Com um brado, Cristo entregou ao Pai o seu espírito e morreu (Lucas 23:46). Mas, de uma coisa temos certeza, Cristo ressuscitou dentre os mortos (João 20:1-17) e subiu ao céu para preparar-nos lugar e um dia nos buscar para com Ele morar (João 14:2).

Deus realizou o seu plano em Cristo, que nos devolveu o livre acesso à presença do Pai para que hoje não necessitemos mais de sacrifícios de animais, pois, Ele mesmo, como cordeiro imaculado, o sacrifício perfeito, nos perdoou na Cruz do Calvário, em "uma hora" que mudou para sempre o rumo da história.

E hoje a nossa esperança se renova a cada dia, e nossos corações esperam o momento em que Ele virá buscar a sua igreja para com Ele cearmos e vivermos eternamente no Céu (João 14:03).

Por: Rafael Fonsêca da Costa